domingo, 2 de maio de 2010

Ficha de Leitura

Artigo da revista: Análise psicológica (2008), 2 (XXVI):251-263, Autora: Margarida Gaspar de Matos
FICHA DE LEITURA


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem
Matos, Margarida Gaspar; A saúde do adolescente: O que se sabe e quais são os novos desafios. Analise Psicológica (2008), 2(XXVI): 251-263


SINOPSE Ideia Principal: Cada vez mais cedo os jovens estão a entra na adolescência, o que faz com que o adolescente tenha que fazer uma reavaliação do sua vida pessoal, familiar e com o sexo oposto. O jovem cada vez mais procura novos desafios e maneiras de ocupar os seus tempos livres, sendo a música e as novas tecnologias umas das suas preferidas. Existe o gosto pela descoberta de coisas novas e entusiasmantes que proporcione ao jovem uns momentos de descontração com os seu amigos e familiares. Mas neste mundo das tecnologias por vezes também acabam por se proporcionar situações desconhecidas para o jovem exemplo o cyber- bullinge para as quais os jovens nem sempre estão preparados. È por isso que é cada vez mais necessário um acompanhamento assíduo, por parte dos pais para que esses sirvam de modelos de referencia aos jovens evitando o seu distanciamento aproveitando eles também para conhecer este novo mundo virtual onde os seus filhos gostam de se divertir.

Ideias Relevantes: A passagem da fase da criança e a entrada na adolescência cada vez mais cedo faz com que o adolescente faça uma reavaliação de si mesmo, da relação que tem com a sua família, do seu projecto de vida, da sua relação com os pares e com o sexo oposto. (Lerner ,1998; Frydenberg 2008). A sua vida social (família, escola, grupo de pares, comunidade, lazer, são uma parte importante para a construção da identidade pessoal. (Caldwell e Darling 1999. O comportamento dos pares serve de exemplo ao comportamento social das crianças com os seus pares. As dificuldades de relacionamento estão na base de vários problemas a nível de comportamento social e da saúde dos adolescentes, traduzindo-se por vezes em isolamento e agressividade e até mesmo em comportamentos perigosos para a saúde, consumo de substancias, sedentarismo, excessos e comportamentos sexuais de riscos. (lerner,1998;Matos 2005;Simões, 2007; Frydenberg, 2008) É na família que as crianças aprendem a lidar com as situações do dia-a-dia e com os outros. (Kennedy e Kennedy 2004. Já Soucy e Larose demonstram que os adolescente precisam de uma relação segura com pelo menos a progenitora e que quando os pais são modelos desajustados oscilando entre a passividade e a ameaça a criança tende a não desenvolver mecanismos de auto regulação nem estratégias de solução de problemas, desenvolvendo o que se chama de uma moral oportunista,” é valido e ilícito o que não é punido ou desde que não seja descoberto.”A relação com os pares durante a infância ocorre principalmente durante os jogos sociais onde as crianças tem oportunidade de desenvolver competências sociais ou estratégias de controlo de emoções. (McElwain e Volling, 2005) As crianças mais populares tem mais oportunidades de aprendizagem e de relacionamento interpessoal ao contrario das menos populares que se isolam tornando-se mais difícil a aceitação social. ( Matos, 1998) As relações de amizade tem características diferentes, correspondem a idades diferentes e realizam funções diferentes em idades diferentes. È contudo através de relações de amizade e outras relações interpessoais que a criança aprende as regras da vida na comunidade e as regras de futuras relações interpessoais. Os amigos são mais conciliadores na resolução de problemas e conflitos e juntam-se mais facilmente assim que o conflito se resolve. (Hartup,1984) A amizade facilita aprendizagens como a cooperação e a intimidade . (Oliveira, 1999; Matos e Gaspar 2008) No que refere a relações interpessoais, alguns autores sublinham as diferenças de género ( Matos, 2005; Simões, 2007; Malow-Iroff, 2006), os rapazes centram a sua interação social na partilha de actividades, enquanto que as meninas privilegiam a confiança e a partilha de sentimentos. Quando os pais promovem nos seus filhos a participação na tomada de decisões e privilegia uma educação para a autonomia e responsabilização, estão a fornecer aos seus filhos procedimentos que eles mais tarde poderão usar nas suas relações com os amigos. (Collins e Laursen, 2004) Uma boa relação familiar pode ajudar no estabelecimento de relações gratificantes com os pares. (Hartumito, 1989) O tempo livre passado com os amigos é muitas vezes associado ao seu bem estar psicológico. (Laftman e Osterberg, 2006; Matos e Gaspar, 2008) Segundo (Christenson e Roberts, 1998) eles defendem que a musica tem um espaço único na vida dos adolescentes, com elevado impacto emocional sendo usado para equilíbrio das emoções e afastamento do aborrecimento. Nos últimos anos, as relações sociais dos adolescentes entre si têm-se alterado em paralelo com a expansão das novas tecnologias de informação e comunicação. Existiu o aumento do uso do computadores pessoais seja na procura de informação seja como entretenimento ( Matos, 2008a; 2008b) A realidade virtual reporta para um mundo onde se pode viver uma existência diferente, levantando a duvida se perfilará como uma nova forma de trabalho ou de lazer, ou como uma nova dependência. (Turker, 1995; Johnson, 2006; Yee, 2007) Há quem diga que a criação destes mundos virtuais é uma necessidade que o ser humano tem para a reconstrução e controlo do universo que o rodeia. Mas com este mundo veio também a dependência dos jovens nos jogos de computador de modo a limitar a sua vida pessoal, familiar, escolar, mas eles já teriam perturbações /alterações psicológicas mais ou menos graves que agravariam com o contacto excessivo com os jogos de computador., que possa levar a ignorar os problemas do mundo real, a uma desmotivação e anedonia no mundo real, a um isolamento pessoal e social nomeadamente no que diz respeito á intimidade física,(Costa e Matos, 2007) e sugere-se também que abre uma vulnerabilidade a outros riscos. (Valadares,2008) Sugerem-se no entanto com o aparecimento destas tecnologias que apareceu também novas desafios como por exemplo o cyber- bullying que é o mesmo que o bullying mas agora aparece como um sinal dos tempos apelando para uma reflexão serena mas urgente. As famílias cada vez mais aparecem descapacitadas face a este jovens e a estas novas tecnologias, o desafio dos pais e professores é então a capacidade de ficar por dentro e identificar até que ponto as competências antigas podem servir para estar ao lado dos filhos/alunos e ser factores de reconhecimento pessoal e social neste emergente mundo virtual.


COMENTÁRIOS
SÍNTESES O jovem entra na adolescência cada vez mais cedo, e aliado a esta situação acaba por existir um distanciamento da família. È necessário que os pais saibam dar a volta a esta situação e façam com que o jovem não se isole do mundo em seu redor. Os amigos também acabam por ser muito importantes nesta altura e há que saber distinguir quem são os amigos verdadeiros. Para se conseguir acompanhar a juventude hoje em dia é preciso perceber um pouco de tudo para conseguir acompanhar o jovem nas suas aventuras com as novas tecnologias. È sempre bom ter quem nos acompanhe e nos incentive a experimentar e a melhorar os nossos conhecimentos porque cada vez mais as novas tecnologias são uma mais-valia na nossa vida.

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